A proteína de insetos emerge como uma inovação destacada no cenário global de produtos para animais de estimação.
Reconhecida por sua sustentabilidade e valor nutricional, essa tendência promissora está moldando o futuro da alimentação pet.
Já ouviu falar em proteína de insetos? Em diversas culturas, os insetos são uma fonte de alimentação comum, embora isso possa ser surpreendente para a cultura ocidental.
Quem não se lembra da cena do banquete em Indiana Jones e o Templo da Perdição? Entre iguarias "inusitadas" para nosso paladar, besouros gigantes são servidos.
As proteínas são fundamentais para a constituição de nossas células, desempenhando um papel crucial no crescimento e na renovação dos tecidos corporais.
Isso abrange pele, órgãos, membranas, músculos, ossos e tudo
mais.
Contudo, com o aumento da população global, a demanda por proteínas de origem animal tem crescido, levando à busca por fontes de nutrição mais sustentáveis.
Diante das profundas mudanças climáticas que ameaçam nosso
planeta, a alternativa da proteína de insetos tem sido extensivamente estudada.
Insetos constituem aproximadamente 80% do reino animal
Totalizando mais de 1 milhão de espécies distintas. Existem três tipos principais de insetos em relação ao ciclo de vida: ametábolos, hemimetábolos e holometábolos.
Os hemimetábolos e holometábolos passam por metamorfoses desde o nascimento, incluindo estágios como larva, ninfa e pupa, antes de se tornarem adultos.
Um exemplo de holometábolo são as borboletas, que passam por uma
transformação completa ao longo do ciclo de vida.
A proteína pode ser obtida de insetos em vários estágios de desenvolvimento, desde larvas até adultos.
Ter esse conhecimento é essencial
para compreender como as proteínas de insetos são produzidas e consumidas, como
explicarei a seguir.
Mais de 2.000 espécies de insetos são consumidas, incluindo besouros, borboletas, abelhas e vespas
No entanto, apenas algumas classes de insetos têm sido produzidas especificamente para consumo humano, como grilos, moscas-soldado e larvas-da-farinha.
Estes são os primeiros insetos aprovados na União Europeia como fonte de alimento humano.
Na Ásia, o consumo de insetos é comum e amplamente difundido, sendo documentado em diversas redes sociais globais.
Em países africanos, australianos e na Nova Zelândia, barras e
hambúrgueres de insetos já ganharam popularidade.
Apesar disso, existe uma barreira psicológica, especialmente em países ocidentais, relacionada ao consumo de proteína de insetos.
O chamado
"fator eca", que se refere ao nojo culturalmente cultivado em nossas
mentes, pode retardar a aceitação desses alimentos em um futuro próximo.
A proteína proveniente de insetos oferece mais do que apenas proteína
Apresentando um elevado valor nutricional em termos de aminoácidos, gorduras saudáveis, vitaminas e minerais.
As larvas, em particular, são ricas em ácidos graxos monoinsaturados e poli-insaturados, frequentemente contendo ácido linoleico e alfa-linoleico.
Esses componentes são cruciais para o
desenvolvimento infantil e a prevenção de doenças cognitivas, como o Alzheimer,
em adultos e idosos.
Para uma melhor compreensão dessas gorduras, podemos
compará-las com alimentos mais tradicionais:
Gorduras monoinsaturadas
Estão presentes em alimentos como azeite de oliva, abacate, amendoim, castanhas, nozes, amêndoas, polpa de açaí, bacalhau e azeitona.
Já as gorduras poli-insaturadas podem ser encontradas em
óleo de girassol, óleo de milho, óleo de peixe, azeite de oliva, ovos, sardinha
e salmão, sendo que ômega 3 e 6 são subtipos dessas gorduras.
Insetos apresentam elevados teores de potássio, cálcio e magnésio, além de serem fontes significativas de ferro, zinco e vitaminas B1, B2 e, especialmente, B12.
Para aqueles que valorizam uma alimentação saudável,
reconhecem a importância desses nutrientes, destacando a proteína de insetos
como uma opção saudável e nutritiva.
Sustentabilidade
A proteína de insetos destaca-se pela sua sustentabilidade, representando uma fonte de nutrientes essenciais com um impacto ambiental significativamente inferior em comparação às proteínas animais convencionais, como carne bovina, suína e de aves.
Sua produção demanda menos uso de água, apresenta menor contaminação ambiental, reduz as emissões de gases e possui uma eficiente taxa de conversão, permitindo a produção de uma quantidade significativa de proteína em um espaço reduzido.
Em média, é possível produzir
1 kg de proteína por metro quadrado!
Os insetos são criados em instalações específicas e, posteriormente, são processados para se tornarem ingredientes proteicos.
As
larvas, por exemplo, são frequentemente desidratadas e transformadas em
farinha, que pode ser incorporada em diversas formulações alimentares.
A proteína de insetos
Está ganhando destaque no mercado de alimentos para pets, com investimentos significativos em pesquisa e desenvolvimento.
Embora a gama de produtos ainda seja limitada, a demanda tem crescido rapidamente.
Em 2021, o mercado americano movimentou cerca de 7
bilhões de dólares em alimentos à base de insetos, e estima-se que esse valor
alcance 17,29 bilhões de dólares em 2031.
Os benefícios da proteína de insetos para a alimentação de pets são notáveis. Além de ser uma opção sustentável e altamente nutritiva.
O ingrediente possui potencial hipoalergênico, já que os pets não tiveram contato prévio com essa proteína, reduzindo a probabilidade de intolerância.
Além disso, apresenta alta digestibilidade, permitindo a eficiente absorção de nutrientes pelo organismo.
Esses alimentos são especialmente indicados para cães com
alergias, promovendo a saúde gastro-intestinal, fortalecendo o sistema
imunológico e apresentando propriedades anti-inflamatórias.
No Brasil, o Thera Calm, um petisco à base de proteína de larva de mosca-soldado, chegou ao mercado.
Formulado com ativos calmantes como
camomila, maracujá, valeriana, calêndula e triptofano, os bifinhos têm
conquistado a aceitação de pets no It Pet Shop.
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